O TRÁGICO E A MODERNIDADE EM SCHILLER

Autores

  • Géssica Góes Guimarães Gaio Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ

Palavras-chave:

Trágico, Tragédia, Modernidade, friedrich Schiller, História da Estética

Resumo

Embora intrinsecamente associado à história da tragédia, o Trágico surgiu na modernidade como um conceito autônomo e inaugurou um novo olhar acerca do homem. Se por um lado persiste a ideia do fortalecimento moral estimulado pelo sofrimento, por outro, a cisão que a tragédia pretendia apaziguar, ao menos momentaneamente, é aceita como definitiva, abrindo na cultura ocidental uma grande cicatriz. Caso não possamos afirmar o surgimento de uma filosofia do Trágico já na obra de Schiller, certamente não teríamos problemas em assegurar a tragicidade que o autor expressa em suas peças teatrais, bem como em seus escritos filosóficos. Por isso, tenho como interesse pensar como a tragicidade se expressou através de sua concepção de arte e do próprio momento histórico em que vivia como um episódio trágico. Para tal, devemos devolver o trágico ao nível mais concreto de sua realização, a ação, pois é no terreno da ação, seja nas tragédias, ou mesmo na vida, que o trágico ganha contornos, de fato, dramáticos.

Biografia do Autor

Géssica Góes Guimarães Gaio, Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ

Professora Adjunta do Departamento de História na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e professora colaboradora do Programa de Mestrado Profissional em Ensino de História na mesma universidade. Líder do Grupo de Pesquisa COMUM (Comunidade de Estudos de Teoria da História da UERJ), onde atualmente desenvolve a pesquisa "Tempo histórico como "urgência": considerações sobre a experiência de tempo no Brasil de JK", financiado pela FAPERJ. Pesquisadora do NUBHES (Núcleo de Estudos sobre Biografia, História, Ensino e Subjetividades), onde atualmente desenvolve a pesquisa "Teoria de gênero e ideologia de gênero: por uma prática educativa democrática", também financiada pela FAPERJ. Possui graduação em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2004), mestrado em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2007) e doutorado em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2012). Tem experiência na área de História, com ênfase em Teoria da História, História da Historiografia e Ensino de História, atuando principalmente nos seguintes temas: teoria da história, epistemologias da história, história da historiografia, modernidade, historicismo, iluminismo, historiografia brasileira e teoria e ensino de história. Atualmente tem desenvolvido estudos sobre as mulheres e os debates de gênero na sociedade brasileira contemporânea.

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(CONT.)

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Publicado

2017-12-28

Como Citar

GAIO, G. G. G. O TRÁGICO E A MODERNIDADE EM SCHILLER. Revista de Teoria da História, Goiânia, v. 18, n. 2, p. 179–195, 2017. Disponível em: https://revistas.ufg.br/teoria/article/view/50900. Acesso em: 4 maio. 2024.