PERCEÇÃO DA COMUNIDADE DE PESCADORES DE CASCAIS SOBRE A PESCA AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL

Autores

  • Marco Pais Neves dos Santos Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I.P. (IMPIC, I.P.), Lisboa, Portugal. Email: marco.santos@impic.pt http://orcid.org/0000-0002-8671-1414

Palavras-chave:

Pescadores, Pescas, Recursos Marinhos, Vila de Cascais

Resumo

A comunidade de Pescadores de Cascais, possuidora de uma prestigiante ligação histórica às pescas e ao oceano, sempre mostrou dependência dos recursos marinhos para sobreviver, e sempre teve na dependência a coesão social municipal, por via do emprego direto e indireto, neste momento associado a setores a montante e jusante das pescas, onde se destaca o comércio, gastronomia e turismo. Apesar de ser considerada estratégica para a dinamização local, ainda não erradicou completamente atuações deploráveis contra o ecossistema marinho, sua fonte de rendimento, colocando em causa o equilíbrio da biota, e em último lugar a sua própria existência. É urgente uma simbiose entre a oferta do oceano e a procura dos pescadores. Para transformar o comportamento da comunidade, tornando-o mais sustentável, foi necessário saber como esta pensa e atua, para que as propostas de alteração sejam direcionadas. Para isso aplicaram-se dois inquéritos, um no âmbito da compreensão da sustentabilidade dos recursos marinhos, outro para avaliação do processo de certificação do Polvo de Cascais, que já leva um ano de vigência. O primeiro avaliou os conhecimentos dos marítimos sobre a sustentabilidade dos recursos marinhos, e sobre as práticas conducentes a uma maior sustentabilidade, determinou a dependência dos recursos, e reportou que a comunidade tem um bom nível de conhecimento das problemáticas relacionadas com a sustentabilidade das pescas. Ainda permitiu identificar atitudes insustentáveis, sobretudo no que se refere às capturas, e diagnosticou o que na opinião dos marítimos determina a atual crise de sobre-exploração de algumas espécies, o que isso representa, e o que estão dispostos a fazer para reequilibrar as populações. O segundo avaliou o grau de execução do processo de certificação, e a criação da marca Polvo de Cascais, enquanto iniciativa promotora de uma pesca consciente, dinamizadora da economia local e impulsionadora de um consumo de maior qualidade, portanto um instrumento ao serviço do Desenvolvimento Sustentável. Permitiu concluir que o processo foi pouco conseguido e inofensivo (sem resultados), por falta de estrutura e planeamento, empreendedorismo, e devido à deficiente implementação e ao reduzido empenho de todos os intervenientes no processo. Esta iniciativa ainda continua a merecer o apoio dos marítimos mas provou requerer vários ajustamentos, pelo que se consubstanciaram sinergias num bloco final de soluções alternativas à situação atual, de apoio à decisão do poder local, nas quais os pescadores sentem confiança, e com as quais concordam colaborar na sua implementação, gestão e monitorização. Os resultados convergiram quanto à necessidade da utilização consciente dos recursos marinhos, especialmente dos haliêuticos, porque possuem potencial para dinamizar os vários setores económicos de Cascais.

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Biografia do Autor

Marco Pais Neves dos Santos, Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I.P. (IMPIC, I.P.), Lisboa, Portugal. Email: marco.santos@impic.pt

Licenciatura em História pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Licenciatura em Geografia e Planeamento Regional pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Mestre em Cidadania Ambiental e Participação pelo Departamento de Ciências e Tecnologia da Universidade Aberta. Doutorando em Sustentabilidade Social e Desenvolvimento na Universidade Aberta de Portugal. Técnico Superior na Direção de Licenciamento e Qualificação do Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I.P. (IMPIC, I.P.)

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Publicado

2017-05-20

Como Citar

PAIS NEVES DOS SANTOS, M. PERCEÇÃO DA COMUNIDADE DE PESCADORES DE CASCAIS SOBRE A PESCA AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL. Revista Terceiro Incluído, Goiânia, v. 6, n. 1, p. 5–8, 2017. Disponível em: https://revistas.ufg.br/teri/article/view/40251. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

RESUMO DE TESE