Jovens surdos em processo de formação educacional: atores de uma cultura própria

Autores

  • Eduardo Sugizaki
  • Waléria Batista Silva Vaz Mendes

DOI:

https://doi.org/10.5216/rp.v26i2.38318

Resumo

Considerando-se a juventude como uma fase da vida em que os seres humanos buscam formas de identificação e pertencimento, compreender a extensão das interferências exercidas pelos processos de formação cultural sobre os processos de formação educacional (e vice-versa) de jovens alunos surdos constitui-se uma tarefa de extrema importância. Isso implica, já de início, em responder à seguinte pergunta: Jovens surdos, em processo de formação educacional, são os autores e atores de uma cultura própria? Estudiosos dos processos de formação cultural divergem quanto à existência ou não da chamada cultura surda, desta forma, somente a pesquisa investigativa foi capaz de propiciar-nos uma resposta. Mais do que conhecer uma realidade local é preciso saber se esse agrupamento está inserido na sociedade brasileira, cuja cultura “legítima” e vigente é comumente pautada por processos segregatórios, discriminatórios e de exclusão em contraposição a ideários de igualdade, homogeneidade e normalidade. Apesar das inúmeras divergências, boa parte dos estudiosos sociais concorda em pelo menos um aspecto: todos aqueles que vivem condições similares e comuns, participam, cada um a seu modo, da construção da totalidade social. O presente artigo busca verificar a aplicabilidade de tal afirmação ao jovem surdo, entendendo que “o homem não apenas utiliza as palavras, mas ele é a palavra” (LARROSA, 2001, p.137). Ser humano multifacetado em seus processos perceptivos, linguísticos e cognitivos, é como o presente artigo pressupõe o jovem surdo. Direcionar o olhar acadêmico científico para esse grupo não implica em segregar, mas referendar uma dupla visão social específica que possibilitará a análise mais detalhada de suas representações, tornando-o manifestamente visível, tanto para os outros grupos como a si mesmo, apesar das imposições dominantes e hegemônicas sobre as identidades surdas, a língua de sinais, a surdez e os surdos.

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Biografia do Autor

Eduardo Sugizaki

Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu em História e em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.

Waléria Batista Silva Vaz Mendes

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás e Coordenadora do Curso de Pedagogia Bilíngue do IFG.

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Publicado

2015-10-26

Como Citar

SUGIZAKI, E.; MENDES, W. B. S. V. Jovens surdos em processo de formação educacional: atores de uma cultura própria. Revista Polyphonía, Goiânia, v. 26, n. 2, p. 263–283, 2015. DOI: 10.5216/rp.v26i2.38318. Disponível em: https://revistas.ufg.br/sv/article/view/38318. Acesso em: 28 mar. 2024.