OUTRAS IMAGINAÇÕES ESPACIAIS: TENSÕES E DESESTABILIZAÇÕES NA GEOGRAFIA ESCOLAR

Resumo

Quantas Geografias existem nos diferentes contextos escolares? Partindo desta questão e de alguns encontros (e incômodos) ocorridos durante minha trajetória profissional, procuro, neste texto, afirmar a necessidade de tensionar a Geografia escolar problematizando a compreensão sobre o espaço que fundamenta grande parte das concepções e práticas pedagógicas presentes neste campo. A partir de experiências de pesquisa – sobretudo em escolas de fronteira e em escolas indígenas – bem como na formação de professores de Geografia, foram percebidos a insuficiência e os limites das abordagens e discussões geralmente centradas nos conteúdos, conceitos e referenciais teórico-metodológicos. Assim, aponta-se para a necessidade de se pensar o espaço pela perspectiva da multiplicidade e a possibilidade de, nas escolas, considerar e valorizar outras imaginações espaciais mais próximas das vivências, experiências e racionalidades dos diferentes sujeitos. Argumento em defesa de uma Geografia escolar que esteja atenta às múltiplas trajetórias que constituem as diferentes Geografias do espaço escolar, o que pressupõe considerar outras concepções de mundo, de espaço, de tempo e, portanto, outras epistemes e outras imaginac?ões espaciais.