SISTEMA DE EDUCAÇÃO BRASILEIRO, ENSINO MÉDIO REAJUSTES E LIMITES

Autores

  • Suely dos Santos Silva Universidade Federal de Goiás/Jatai.
  • Halline Mariana Santos Silva Universidade Federal de Goiás.

DOI:

https://doi.org/10.5216/rir.v14i1.47593

Palavras-chave:

Ensino Médio. Reformas. Cultura.

Resumo

RESUMO: Esta pesquisa aborda as mudanças propostas pelo sistema educacional brasileiro para o Ensino Médio, cujos debates iniciaram na década de 1990 e ainda estão sendo discutidas neste primeiro semestre de 2017. Há um elemento recorrente que se coloca na contemporaneidade e que ocorre quer se queira, quer não se queira. Esse elemento diz respeito à noção, como construção subjetiva, e à utilização, como necessidade prática, da possibilidade de ascensão social pela escolaridade. Ao menos nas sociedades ocidentais, essa condição anima os segmentos médios já há muito tempo. Na segunda metade do século XX, esse anseio passou a animar intensamente também os brasileiros. A educação escolar configura-se a partir de então, como uma arena de disputas de interesses. O objetivo desse estudo é demonstrar os nexos que estão por trás de reformas desse tipo e revelar as contradições nas ações dos agentes que se encarregam de executar estes ajustes. Os grupos no poder animam-se com a possibilidade de fazer valer seus interesses e objetivos. As disputas políticas impactam nas reformas à medida que os agentes são modificados e os interesses que representam são alterados. Portanto, são os interesses não conciliáveis dos grupos no poder que inviabilizam e/ou retardam as reformas. O texto aponta que as disputas presentes nas reformas de ensino, especialmente quando estas implicarão em interesses particulares dos grupos no poder, fazem com que elas sejam ainda mais acirradas e tendem a demorar mais tempo para que a negociação ocorra. Sendo a descontinuidade dos agentes um fator determinante para que o processo se dê de forma mais demorada, se arraste, ou nem ocorra. As autoras concluem que, os limites da reforma do Ensino Médio iniciada da década de 1990, tendo atravessado a década de 2010 sendo debatida, e pode  finalizar 2020 sem que tenha sido concluída, são gigantescos. Quem sabe em um governo de fato popular, as modificações se concretizem tendo os estudantes e suas necessidades e interesses considerados, e eles como protagonistas. 

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Biografia do Autor

Suely dos Santos Silva, Universidade Federal de Goiás/Jatai.

Professora Adjunta II, leciona Sociologia da Educação I e II e Trabalho de Conclusão de Curso  I e II - Unidade Especial de Educação - Curso de Pedagogia Regional Jataí-GO da Universidade Federal de Goiás

Halline Mariana Santos Silva, Universidade Federal de Goiás.

Professora Adjunta III leciona as disciplinas Fundamentos e Metodologia do Ensino de História e Geografia e orienta TCC em questões de gênero, mulher e trabalho, sistema eudcaional, Ensino Médio. Curso de Pedagogia da Unidade Acadêmica Especial de Educação da Regional Jataí da Universidade Federal de Goiás.

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Publicado

2018-03-10

Como Citar

SILVA, Suely dos Santos; SILVA, Halline Mariana Santos. SISTEMA DE EDUCAÇÃO BRASILEIRO, ENSINO MÉDIO REAJUSTES E LIMITES. Itinerarius Reflectionis, Goiânia, v. 14, n. 1, p. 01–20, 2018. DOI: 10.5216/rir.v14i1.47593. Disponível em: https://revistas.ufj.edu.br/rir/article/view/47593. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos Livres