RELATOS DE UMA MULHER NEGRA NA PÓS-GRADUAÇÃO: Trajetória educacional

Autores

  • Marcos Antonio Batista da Silva Centro Universitário FIEO (UNIFIEO)

DOI:

https://doi.org/10.5216/rir.v13i1.40402

Palavras-chave:

Desigualdade educacional, Pós-graduação, Mulher negra

Resumo

Este texto é um recorte de uma pesquisa que investigou trajetórias de estudantes negros da pós-graduação. Para este artigo privilegiamos discutir os relatos de uma mulher negra, titulada mestra no ensino superior/pós-graduação no Brasil, captados em entrevista individual semiestruturada e transcrita em forma de texto. A fim de se compreender trajetórias de estudantes negros do ensino superior/pós-graduação, faz-se necessário discutir à histórica condescendência das elites brasileiras com desigualdades sociais e ao racismo estrutural e simbólico contemporâneo. Encarar o debate sobre desigualdades educacionais e raciais historicamente acumuladas e socialmente reproduzidas no Brasil se apresenta, ainda, como um desafio de grandes proporções. Neste contexto perguntamos para a entrevistada sobre sua trajetória educacional até a pós-graduação. Indicamos que a trajetória educacional da entrevistada foi pautada de desigualdades sociais em razão de um racismo que integra as dimensões estrutural e simbólica na sociedade brasileira. Isto é, esse racismo atenta simultaneamente para as dimensões simbólica e estrutural na produção e sustentação de desigualdades sociais.  

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcos Antonio Batista da Silva, Centro Universitário FIEO (UNIFIEO)

Doutor em Psicologia Social (PUC-SP),com bolsa da Capes.

Doutorado Sanduíche -Universidade de Coimbra- Centro de Estudos Sociais (CES)-Coimbra, Portugal, com bolsa da Capes.

Pós-doutorando em Psicologia Educacional - Centro Universitário FIEO (UNIFIEO)- Bolsista PNPD/CAPES.

Referências

ACEVEDO, C. R.; NOHARA, J.; RAMUSKI, C.L. Relações raciais na mídia: um estudo no contexto brasileiro. Rev. psicol. polít., São Paulo , v. 10, n. 19, p. 57-73, jan. 2010.

ARTES, A. Desigualdade de cor/raça e sexo entre pessoas que frequentam e titulados na pós-graduação brasileira 2000 e 2010. Relatório de Pesquisa do Projeto Equidade na Pós-Graduação, Fundação Carlos Chagas, São Paulo, SP, 2015.

ARTES, A.; UNBEHAUM, S.; SILVÉRIO, V, (orgs.). Ações Afirmativas no Brasil: reflexões e desafios para a pós-graduação. São Paulo: Cortez: Fundação Carlos Chagas, 2016.v.2.

ARTES, A.; UNBEHAUM, S.; SILVÉRIO, V., (orgs.). Ações Afirmativas no Brasil: experiências bem-sucedidas de acesso na pós-graduação. São Paulo: Cortez: Fundação Carlos Chagas, 2016.v 1.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Tradução de Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Capa de Edições 70, 2011.

BARROS, M. L. Narração de mitologias afro-brasileiras na educação infantil: possibilidades de atuação para uma aprendizagem democrática. Rev. SPAGESP, Ribeirão Preto, v. 13, n. 1, 2012.

BELTRÃO, K. I.; TEIXEIRA, M. de P. O vermelho e o negro: raça e gênero na universidade brasileira – uma análise da seletividade das carreiras a partir dos censos demográficos de 1960 a 2000 [Texto para discussão]. Rio de Janeiro: Ipea, 2004.

BOCK, A. M. B. A adolescência como construção social: estudo sobre livros destinados a pais e educadores. Psicol. Esc. Educ. (Impr.), Campinas, v. 11, n. 1, p. 63-76, Jun. 2007.

BOURDIEU, P. A Escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura. In: NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. (Orgs.). Escritos de educação. Petrópolis, Vozes, 1998.

BRASIL. Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003. Brasília, DF, 09 de janeiro de 2003. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm>. Acesso em: 28 JAN.2017.

_________. Lei 11.645, de 10 de março de 2008. Brasília, DF, 10 de março de 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm>. Acesso em: 28 jan. 2017.

CGEE. Mestres e doutores 2015: Estudos da demografia da base técnico-científica brasileira. – Brasília, DF: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2016.

CUNHA JÚNIOR, H. A formação de pesquisadores negros no Brasil. Plano 500 de Política Científica Nacional (uma proposta de um pesquisador militante). Revista Espaço Acadêmico, Maringá, vol. 3, n. 27, ago. 2003.

CURY, C. R. J. Ensino religioso na escola pública: o retorno de uma polêmica recorrente. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, RJ, Set /Out /Nov /Dez 2004, n 27.

ESSED, P. Understanding everyday racism: interdisciplinary theory. Londres: Sage, 1991.

GUIMARÃES, A.S.A. Racismo e anti-racismo no Brasil. São Paulo: Editora 34, 2005.

_________. Classes, raças e democracia. São Paulo: Editora 34, 2002.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Situação social da população negra por estado. Brasília: IPEA, 2014.

MARTINS, E.; GERALDO, A. G.. A Influência da Família no Processo de Escolarização e Superação do Preconceito Racial: um estudo com universitários negros. Rev. psicol. polít., São Paulo , v. 13, n. 26, p. 55-73, abr. 2013 .

PAIXÃO, Marcelo. (Org.). Relatório anual das desigualdades raciais no Brasil: 2009-2010. Rio de Janeiro, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.

RIBEIRO, M. S. Diversidade cultural nas políticas públicas: uma análise das Leis10. 693/03 e 11.645/08. 2011. Mimeografado.

ROSEMBERG, F. Da intimidade aos quiprocós: uma discussão em torno da análise de conteúdo. Cadernos CERU, São Paulo, n.16, p. 69-80, nov. 1981.

________.Políticas educacionais e gênero: um balanço dos anos 1990. Cadernos Pagu, Campinas, n. 16, p. 151-198, 2001.

ROSEMBERG, F.; BAZILLI, C.; SILVA, P. V. B. Racismo em livros didáticos brasileiros e seu combate: uma revisão da literatura. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 125-146, jan/jun 2003.

ROSEMBERG, F.; MADSEN, N. Educação formal, mulheres e gênero no Brasil contemporâneo. In: BARSTED, Leila Linhares; PITANGUY, Jacqueline. (Org.). O Progresso das Mulheres no Brasil 2003–2010. Rio de Janeiro/Brasília: Cepia/Unesco, v.1 p.390-433, 2011.

ROSSLER, J. H. Trabalho, educação e psicologia na sociedade contemporânea: c formação do indivíduo no contexto da atual reestruturação produtiva. In: MEIRA, M. E. M. A. e FACCI, M.G.D. (Org.). Psicologia histórico-cultural, contribuições para o encontro entre a subjetividade e a educação. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2007.

SANTOS, A. O.; SCHUCMAN, L.V.; MARTINS, H.V. Breve histórico do pensamento psicológico brasileiro sobre relações étnico-raciais. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 32, n. spe, p. 166-175, 2012.

SANTOS, S. A. A metamorfose de militantes negros em negros intelectuais. Mosaico, Rio de Janeiro, v. 3, n. 5, jun. 2011.

SAWAIA, B. B. Psicologia e desigualdade social: uma reflexão sobre liberdade e transformação social. Psicologia & Sociedade; 21 (3): 364-372, 2009.

SILVA, M. A.B.; SOUZA NETO, J. C. Inserção no mundo do trabalho: percepção do adolescente do ensino médio. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA SOCIAL, 4., 2012, São Paulo. Proceedings online... Associação Brasileira de Educadores Sociais. Acesso em: 28 jan. 2017.

TEIXEIRA, M.P. Negros na universidade: identidade e trajetórias de ascensão social no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Pallas, 2003.

TELLES, E. Racismo à brasileira: uma nova perspectiva sociológica. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2003.

THOMPSON, J. B. Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

Downloads

Publicado

2017-03-22

Como Citar

SILVA, Marcos Antonio Batista da. RELATOS DE UMA MULHER NEGRA NA PÓS-GRADUAÇÃO: Trajetória educacional. Itinerarius Reflectionis, Goiânia, v. 13, n. 1, p. 1–19, 2017. DOI: 10.5216/rir.v13i1.40402. Disponível em: https://revistas.ufj.edu.br/rir/article/view/40402. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Livres