TY - JOUR AU - Oliveira, Lucas Amaral de PY - 2020/10/23 Y2 - 2024/03/29 TI - Sociogênese possível dos saraus: uma história de rupturas na cultura brasileira JF - Sociedade e Cultura JA - Soc. e Cult. VL - 23 IS - SE - Artigos Livres DO - 10.5216/sec.v23i.62830 UR - https://revistas.ufg.br/fcs/article/view/62830 SP - AB - <p>A partir de um resgate histórico-cultural, este artigo discute uma sociogênese possível do termo e da prática dos saraus literários em São Paulo, instâncias que funcionam, hoje, como catalisadores de vivências artísticas nas periferias brasileiras. Partindo de duas “narrativas de origem” dos poetas Binho e Sérgio Vaz – pioneiros do movimento da literatura marginal no contexto paulistano –, retomo a ideia e parte da história desse tipo de atividade nos salões europeus, verificando como ocorreu a sua transposição para a rotina artística nacional, processo que esteve intermediado por mecenas e membros da elite cafeeira. Esses salões/saraus fomentaram um dos mais relevantes movimentos da história cultural do Brasil: o modernismo paulista. Meu argumento é que houve uma correlação entre o apogeu de salões artísticos na cidade de São Paulo, entre o fim do século XIX e o início do XX, a prosperidade de palacetes de uma burguesia agrário-industrial interessada nos benefícios da vida urbana, a eclosão de vanguardas no campo artístico nacional e o ciclo de industrialização por que passava o estado de São Paulo. Nesse contexto, os saraus acabaram constituindo espaços capazes de fundir a absorção de novas ideias oriundas da Europa com a defesa das artes nacionais, processo que ratificou desejos de mudanças no campo artístico e social da época.</p> ER -