v. 6 n. 2 (2020): Descentrar as Pesquisas em Dança

Obra Cartografías Porteñas da  Compañía Danza Sin Fronteras. Créditos:  Ale Carmona

O propósito é o de realizar um trabalho de descentralização de estudos em dança, que permita diferentes instâncias de reflexão a partir do diagnóstico de que as práticas de pesquisas acadêmicas e artísticas ainda participam da construção e da manutenção de discursos que investem na separação entre“centro” e “periferia”, atrelados a pressupostos eurocêntricos e americano-cêntricos.

Para tanto, se faz necessário, deixar de operar a partir das lógicas que adotam entendimentos universalizantes de “história da dança”. Não é uma tarefa simples, principalmente enquanto as narrativas hegemônicas não forem desestabilizadas: é possível descentralizar os estudos e práticas em dança problematizando tal condição?

A descentralização que buscamos se projeta em diferentes níveis: historiográfico, etnográfico, de gênero, racial, de classe, estético, cinestésico, coreográfico, cultural, político, econômico e social. Por meio deste dossiê, gostaríamos de contribuir com o estabelecimento de um movimento geral que estimule a reflexão crítica nos estudos em dança, bem como, que promova uma investigação atenta às trocas, circulações e relações de poder que condicionam as práticas de danças e pesquisas.

Nosso objetivo é favorecer uma extensão do corpus da pesquisa em dança, tomando como referência os trabalhos recentes sobre: trocas culturais, estudos pós-coloniais e decoloniais; mas, também, uma exploração dos locais de tensão existentes no campo. Será, então, um movimento de descentralizar o olhar sobre as danças, descentralizar as histórias legitimadoras, descentralizar o condicionamento institucional e descentralizar-nos como sujeitos do conhecimento. Propomos a descentralização como um exercício de pesquisa que favoreça o surgimento do conhecimento e a exploração do potencial da pesquisa em dança. Além de suas múltiplas e possíveis definições, entendemos a descentralização como uma prática e um procedimento crítico em constante movimento.

Publicado: 2020-12-27

Editorial

Dossiê Temático - Eixo 1: Manifestos Descentrados

  • EMBARRAR EL CANON por una coreopolítica de la abundancia

    Juan Ignacio Vallejos
    7-37
    DOI: https://doi.org/10.5216/ac.v6i2.66637
  • TODA DANZA VALE Contra lo instituyente de la danza en la jerarquía de los danzares sensibles

    Paulina Abufhele Meza, Santiago Diaz
    34-67
    DOI: https://doi.org/10.5216/ac.v6i2.66560
  • CORPOS TRANSFORMACIONAIS A facetrans no Brasil

    Ian Guimarães Habib
    68-106
    DOI: https://doi.org/10.5216/ac.v6i2.64738
  • (A)GENTES DE CHOQUE FIESTA, POTENCIA Y PLACER

    Itzel Ibargoyen, Sofía Lans, Matias Arismendi, Martina Gramoso
    102-113
    DOI: https://doi.org/10.5216/ac.v6i2.66310

Dossiê Temático - Eixo 2: Histórias situadas

Dossiê Temático: Eixo 3: Antropologias

  • CORPORALIDADES DIVERSAS EN MOVIMIENTO Descentrar la danza de la danza

    Patricia Aschieri
    205-231
    DOI: https://doi.org/10.5216/ac.v6i2.66256
  • BATUQUE NO CAMPUS pedagogia e espiritualidade

    Marianna Francisca Martins Monteiro
    232-257
    DOI: https://doi.org/10.5216/ac.v6i2.66744
  • “O QUE É QUE A DANÇA TEM A VER COM ISSO?” Considerações sobre perspectivas descentralizadoras e antirracistas em Dança

    Victor Hugo Neves de Oliveira, Thiago da Silva Laurentino
    258-275
    DOI: https://doi.org/10.5216/ac.v6i2.65613
  • PENSARFAZER DANÇA DESDE UMA PERSPECTIVA CONTEMPORÂNEA E DECOLONIAL

    Raquel Purper, Olga Brigitte Oliva de Araújo
    276-310
    DOI: https://doi.org/10.5216/ac.v6i2.65655
  • O QUE A DANÇA VÊ QUANDO DANÇA desafios etnográficos da pesquisa e do registro em primeira pessoa

    Maria Acselrad
    311-341
    DOI: https://doi.org/10.5216/ac.v6i2.65658
  • AUTORIAS DA AUDIÊNCIA Estratégias de participação para a criação na dança

    Camila Rojas Cannobbio, Loreto Caviedes Jeria
    342-379
    DOI: https://doi.org/10.5216/ac.v6i2.65545

Temas Variados

  • THE FEET UNDERSTAND O filme ABCDEFG, de Russell Dumas (1994)

    Ana Mira
    380-430
    DOI: https://doi.org/10.5216/ac.v6i2.66726
  • OITO PREMISSAS SOBRE O BALÉ EM GOIÂNIA: levantamentos para pesquisas por vir

    Rousejanny da Silva Ferreira
    431-467
    DOI: https://doi.org/10.5216/ac.v6i2.65674
  • SOL E LAMA Corpo e morte em Tatsumi Hijikata e Yukio Mishima a partir de Cores Proibidas

    Thiago Abel, Daniel Aleixo
    468-493
    DOI: https://doi.org/10.5216/ac.v6i2.65523
  • DANÇAS, POÉTICAS E OS SABERES CORPORIFICADOS

    Sebastião Silva Sales, Lara Rodrigues Machado
    494-514
    DOI: https://doi.org/10.5216/ac.v6i2.65093