Influência de fatores ambientais e sociais sobre a atividade de vocalização de Hylodes nasus Lichtenstein (1823) (Amphibia, Anura) em um riacho na floresta da Tijuca, Rio de Janeiro, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/rbn.v16i1.46904

Palavras-chave:

Comportamento social, estrutura populacional, hábito reofílico

Resumo

A atividade de vocalização dos anfíbios anuros é influenciada por fatores ambientais (e.g. temperatura, pluviosidade, umidade e fotoperíodo) e sociais (e.g. vocalização com outros indivíduos). Neste trabalho foi estudada a influência das variáveis abióticas (temperatura do ar, da umidade, da pluviosidade e da velocidade da correnteza) sobre a abundância de indivíduos acusticamente ativos e o número de cantos por minuto (atividade de vocalização) de Hylodes nasus, bem como a influência destas variáveis bióticas entre si em uma área de Floresta Atlântica. Foram realizadas observações diretas, com duas expedições mensais, de março de 2007 a fevereiro de 2008, no intervalo de 7h as 17h. A atividade de vocalização esteve positivamente associada à temperatura do ar e à pluviosidade mensal, negativamente à umidade e velocidade da correnteza, e sem influência da pluviosidade acumulada (24h). A abundância de indivíduos vocalizando esteve positivamente associada ao número de cantos por minuto. Os resultados encontrados podem contribuir para aprimoramento da compreensão a respeito das variáveis que influenciam a estrutura populacional dos anuros com hábito reofílico e do papel de cada variável analisada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vinicius Carvalho Silva e Souza, Prefeitura Municipal de Duque de Caxias

Mestre em Ecologia e Evolução pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com dissertação na área de Ecologia Animal (Herpetologia), Pós-graduado em Engenharia Ambiental pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP), com trabalho de conclusão de curso na área de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, Pós-graduado em Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com monografia na área de Educação Ambiental e Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Gama Filho (UGF), com monografia na área de Ecologia Animal (Herpetologia). Atua como Analista Ambiental na Prefeitura Municipal de Duque de Caxias desde 2015, exercendo atividades relacionadas ao licenciamento e à fiscalização ambiental no município. Atua como Coordenador/Tutor no curso MBA em Energia pela Faculdade Unyleya desde 2014. Atuou como Analista Ambiental na empresa de consultoria ECOHUB durante 2 anos, exercendo atividades relacionadas ao licenciamento ambiental de atividades da indústria de petróleo e gás. Atuou como docente em cursos técnicos de meio ambiente, pré-vestibulares, educação de jovens e adultos, ensino fundamental e médio, incluindo a rede pública municipal e estadual do Rio de Janeiro, durante 9 anos. Desenvolveu pesquisas na área de Ecologia Animal (Herpetologia) no Parque Nacional da Tijuca durante 4 anos. 

Henrique Wogel Tavares, Centro Universitário de Volta Redonda, UniFOA

Possui graduação em Ciências Biológicas (Bacharelado em Ecologia) (1997) e Licenciatura (1998) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestrado (2001) e doutorado (2005) em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. No ano de 2006, realizou seu pós-doutorado no Museu Nacional, Departamento de Vertebrados, Setor de Herpetologia. Foi professor de Evolução, Sistemática Filogenética e disciplinas da área de Zoologia da Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO) entre 2007 e 2013 e pesquisador colaborador do Museu Nacional/UFRJ. Atualmente é professor Adjunto de diversos cursos de Graduação na área de saúde do UniFOA. Principais áreas de atuação: taxonomia, história natural e evolução de Tetrapoda, com ênfase na ordem Anura (Lissamphibia). Principais linhas de pesquisa: comportamento, ecologia, seleção sexual, estratégias de acasalamento, taxonomia e educação.

Patricia Alves Abrunhosa, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia, Departamento de Biologia Animal

Bacharelado em Ecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997), Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998), Mestrado em Ciências Biológicas - Zoologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2001) e Doutorado em Ciências Biológicas - Zoologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2005). Desenvolveu seu projeto de pós-doutorado como bolsista do CNPq - Área de Ecologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sob a supervisão da Dr. Monique Van Sluys entre 2006 e 2008, onde também atuou como professora colaboradora no curso de graduação em Ciências Biológicas e nos cursos de pós-graduação em Ecologia e Evolução e de Biologia. Foi professora visitante da UERJ. Atualmente, é professora Adjunta I do Departamento de Biologia Animal da UFRRJ e professora credenciada do curso de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da UERJ. Tem experiência na área de Ecologia, Comportamento, Bioacústica e História Natural de Anfíbios Anuros.

Referências

Abrunhosa, P. A., H. Wogel. & J. P. Pombal­Jr. 2006. Anuran temporal occupancy in a temporary pond from the Atlantic rain forest, south­eastern Brazil. Herpetol. J. 16: 115­-122.

Abrunhosa, P. A., H. Wogel & J. P. Pom­ bal­Jr. 2014. Spatial and temporal organization in three syntopic species of the Scinax ruber group (Anura: Hylidae) in the Atlantic rainforest, southeastern Brazil. J. of Nat. Hist. 48 (39­40): 1­-23

Almeida­Gomes, M., M. Van­Sluys & C. F. D. Rocha. 2007. Calling activity of Crossodactylus gaudichaudii (Anura, Hylodidae) in an Atlantic Rainforest area at Ilha Grande, Rio de Janeiro, Brazil. Belgian J. of Zool. 137: 203­-207.

Amézquita, A. & W. Hödl. 2004. How, when, and where to perform visual displays: the case of the Amazonian frog Hyla parviceps. Herpetol. 60: 420-­429.

Boquimpani­Freitas, L., C. F. D. Rocha & M. Van­Sluys. 2002. Ecology of the horned leaf­frog, Proceratophrys appendiculata (Leptodactylidae), in an insular Atlantic Rain­Forest area of southeastern Brazil. J. of Herpetol. 36: 318­322.

Bradbury, J. W. & S. L. Vehrencamp. 1998. Principles of animal communication. Sinauer Associations, Sunderland, MA.

Brooke, P. N., R. A. Alford & L. Schwartzkopf. 2000. Experimental and social factors influence chorusing behavior in a tropical frog: examining various temporal and spatial scales. Behav. Ecol. and Sociobiol. 49: 79­-87.

Canedo, C. C. 2008. Revisão taxonômica de Hylodes Fitzinger. 1826 (Anura, Hylodidae). Tese (Doutorado). Museu Nacional. Universi­dade Federal do Rio de Janeiro. 289 p.

Coimbra ­Filho, A. F., A. D. Aldrighi & H. F. Martins. 1973. Nova contribuição ao restabelecimento da fauna do Parque Nacional da Tijuca, GB, Brasil. Brasil Florestal IV: 7­25.

Cree, A. 1989. Relationship between environmental conditions and nocturnal activity of terrestrial frog, Leiopelma archeyi. J. of Herpetol. 23: 61­-68.

Del­Claro, K. 2010. Introdução a Ecologia Com­ portamental. Technical Books, Rio de Janeiro.

Donnelly, M. A. & C. Guyer. 1994. Patterns of reproduction and habitat use in an assemblage of Neotropical hylid frogs. Oecol. 98: 291­-302.

Duellman, W. E. 1995. Temporal fluctuations in abundances of anuran amphibians in a seasonal Amazonian rainforest. J. of Herpetol. 29: 13­-21.

Duellman, W. E. & L. Trueb. 1994. Biology of Amphibians. McGraw­Hill, New York.

Fukuyama, K. & T. Kusano. 1992. Factors affecting breeding activity in a stream­ breeding frog, Buergeri buergeri. J. of Her­ petol. 26: 88­-91.

Gerhardt, H. C. 1994. The evolution of vocalization in frogs and toads. Ann. Rev. of Ecol. and System. 25: 293­-324.

Grant, R., T. Halliday & E. Chadwick. 2012. Amphibians’ response to the lunar synodic cycle ­ a review of current knowledge, recommendations, and implications for conservation. Behav. Ecol. 24: 53­-62.

Guimarães, L. A. & R. P. Bastos. 2003. Vocalizações e interações acústicas em Hyla raniceps (Anura, Hylidae) durante a atividade reprodutiva. Iheringia Zool. 93: 149­-158.

Haddad, C. F. B. & A. A. Giaretta. 1999. Visual and acoustic communication in the brazilian torrent frog, Hylodes asper (Anura, Leptodactylidae). Herpetol. 55: 324­-333.

Harris, C. M. 1966. Absorption of sound in air versus humidity and temperature. J. Acoustic Soc. Am. 40: 148­159.

Hatano, F. H., C. F. D. Rocha & M. Van­Sluys. 2002. Environmental factors affecting calling activity of a tropical diurnal frog (Hylodes phyllodes: Leptodactylidae). J. of Herpetol. 36: 314­-318.

Hauselberger, K. F. & R. A. Alford. 2005. Effects of season and weather on calling in the Australian microhylid frogs Austrochaperina robusta and Cophixalus ornatus. Herpetol. 61: 349-­363.

Hödl, W. & A. Amézquita. 2001. Visual sinaling in anuran amphibians, p.121­-141. In: Ryan, M. J. (Ed.). Anuran communication. Smitsonian Institution Press, Washington.

ICMBio ­ Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 2008. Parque Nacional da Tijuca: plano de manejo. Brasília, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. http:// www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/­ docs­planos­de­manejo/parna_tijuca_pm.pdf.

Lingnau, R. & R. Bastos. 2007. Vocalizations of the Brazilian torrent frog Hylodes heyeri (Anura: Hylodidae): repertoire and influence of air temperature on advertisement call variation. J. of Nat. Hist. 41: 1227-­1235.

Lucas, J. R., R. D. Howard & J. G. Palmer. 1996. Callers and satellites: chorus behavior in anurans as a stochastic dynamic game. Animal Behav. 51: 501-­518.

Marsh, D. M. 2000. Variable response to rainfall by breeding tungara frogs. Copeia. 2000: 1104­-1108.

Milne, R., L. Bennett & M. Hoyle. 2013. Weather variability permitted within amphibian monitoring protocol and affects on calling Hylidae. Envir. Monit. and Assessment. 183: 8879­-8889.

Narvaes, P. & M. T. Rodrigues. 2005. Visual communication, reproductive behavior, and home range of Hylodes dactylocinus (Anura, Leptodactylidae). Phyllomedusa. 4: 147­-158.

Navas, C. A. 1996. The effect of temperature on the vocal activity of tropical anurans: a comparison of high and low­elevation species. J. of Herpetol. 30: 488­-497.

Oseen, K. L. & J. R. Wassersug. 2002. Environmental factors influencing calling in sympatric anurans. Oecol. 133: 616­-625.

Ospina, O. E., L. J. Villanueva­-Rivera, C. J. Corrada­-Bravo & T. M. Aide. 2013. Variable response of anuran calling activity to daily precipitation and temperature: implications for climate change. Ecosphere. 4: 1­-12.

Pombal ­Jr., J. P., I. Sazima & C. F. B. Haddad. 1994. Breeding behavior of the pumpkin toadlet, Brachycephalus ephippium (Brachycephalidae). J. of Her­petol. 28: 516­-519.

Rico, M., C. F. D. Rocha, V. N. T. Borges­ Jr & M. Van­ Sluys. 2004. Breending ecology of Scinax trapicheiroi (Anura, Hylidae) at a creek in the Atlantic Rainforest of Ilha Grande, southeastern Brazil. Amphibia ­Reptilia 25: 277­-286.

Ritke, M. E., J. G. Babb & M. K. Ritke. 1992. Temporal patterns of reproductive activity in the gray treefrog (Hyla chrysoscelis). J. of Herpetol. 26: 107­ 111.

Saenz, D., L. Fitzgerald, K. Baum & R. Conner. 2006. Abiotic correlates of anuran calling phenology: the importance of rain, temperature, and season. Herpetol. Monogr. 20: 64­-82.

Santos, T. G., D. Rosa­-Feres & L. Casatti. 2007. Diversidade e distribuição espaço­ temporal de anuros em região com pronunciada estação seca no sudeste do Brasil. Iheringia Zool. 97: 37­-49.

Steelman, C. K. & M. E. Dorcas. 2010. Anuran calling survey optimization: developing and testing predictive models of anuran calling activity. J. of Herpetol. 44: 61­-68.

Van­ Sluys, M., R. V. Marra, L. Boquimpani­-Freitas & C. F. D. Rocha. 2012. Environmental factors affecting calling behavior of sympatric frog species at an Atlantic Rain Forest area, Southeastern Brazil. J. of Herpetol. 46: 41­-46.

Van ­Sluys, M., M. Rico & C. F. D. Rocha. 2006. Seasonal and hourly seasonal and hourly patterns of reproductive activity in Scinax trapicheiroi (Anura, Hylidae), Rio de Janeiro State south­eastern Brazil. Herpetol. J. 16: 15­-20.

Wells, K. D. 1977. The social behaviour of anuran amphibians. Animal Behav. 25: 666­-693.

Wells, K. D. 1988. The effect of social interactions on anuran vocal behavior. p. 433­-454. In: Fritzsch, B., M. J. Ryan, W. Wilczynski, T. E. Hetherington & W. Walkowiak. (Eds.). The evolution of the amphibian auditory system. New York, Wiley.

Wells, K. D. 2007. The ecology and behavior of amphibians. University of Chicago Press, Chicago.

Wells, K. D. & J. Schwartz. 2006. The behavioral ecology of anuran communication. p. 44­-86. In: Narins, P. M., A. S. Feng, R. R. Fay & A. N. Popper. (Eds.). Hearing and sound communication in amphibians. New York, Springer Science.

Wogel, H., P. A. Abrunhosa & L. N. Weber. 2004a. The tadpole, vocalizations and visual displays of Hylodes nasus (Anura: Leptodactylidae). Amphibia­ Reptilia. 25: 133­-140.

Wogel, H., P. A. Abrunhosa & J. P. Pombal­ Jr. 2004b. Vocalizations and aggressive behavior of Phyllomedusa rohdei (Anura: Hylidae). Herpetol. Rev. 35: 239­-243.

Zar, J. H. 1999. Biostatistical analysis. 4th. Ed., Prentice Hall, New Jersey.

Downloads

Publicado

11-06-2019

Como Citar

SILVA E SOUZA, V. C.; TAVARES, H. W.; ABRUNHOSA, P. A. Influência de fatores ambientais e sociais sobre a atividade de vocalização de Hylodes nasus Lichtenstein (1823) (Amphibia, Anura) em um riacho na floresta da Tijuca, Rio de Janeiro, Brasil. Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology, Goiânia, v. 16, n. 1, p. 9–18, 2019. DOI: 10.5216/rbn.v16i1.46904. Disponível em: https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/46904. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos