Discussões sobre a escala em ecologia de comunidades

Autores

  • José Hidasi Neto Universidade Federal de Goiás
  • Nelson Silva Pinto Universidade Federal de Goiás
  • Leonardo da Costa Vergara Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.5216/rbn.v11i1.26518

Palavras-chave:

biodiversidade, ecologia de comunidades, escala local, diversidade regional, síntese teórica

Resumo

Problemas relacionados às escalas espacial e temporal nos estudos em ecologia de comunidades vêm sendo amplamente discutidos desde o final do século XX. Vários autores tratam dessas questões de maneira provocativa, criticando não só como as comunidades ecológicas são definidas, mas também em que escalas elas são normalmente estudadas. Com o intuito de analisar algumas das principais desarmonias existentes na literatura científica, revisamos dois trabalhos-chave recentes sobre esse assunto, apresentando as diferentes concepções que eles possuem acerca do modo como as comunidades devem ser compreendidas. Ainda, discutimos sobre a escassez de dados de biogeográficos, filogenéticos, e sobre história de vida de organismos, indicando que a resolução de questões relacionadas a escalas está associada às disponibilidades desses dados. Por fim, aconselhamos que sempre devemosconsiderar as extensões espaço-temporais quando estudamos comunidades, assim como não esquecer das diferenças biológicas entre os organismos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Hidasi Neto, Universidade Federal de Goiás

Graduado em Ciências Biológicas (licenciatura) e Mestre em Ecologia e Evolução pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Foi três vezes bolsista de Iniciação Científica (PIBIC) no Laboratório de Ecologia e Funcionamento de Comunidades (2009-2010, 2010-2011 e 2011-2011) sob supervisão do Prof. Dr. Marcus Vinicius Cianciaruso. Foi duas vezes ganhador do Prêmio UFG de Melhor Iniciação Científica, ganhador do Prêmio de Popularização da Ciência da SBPC/GO e primeiro colocado na Seleção de Doutorado em Ecologia e Evolução da UFG. Tem interesse pelos seguintes temas: Ecologia de Comunidades, Biologia da Conservação, Ecologia de Aves e Diversidade Funcional e Filogenética. Atualmente, faz Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Universidade Federal de Goiás sob a orientação do Prof. Dr. Marcus Vinicius Cianciaruso.

Nelson Silva Pinto, Universidade Federal de Goiás

Atualmente sou doutorando em Ecologia pelo PPG em Ecologia e Biomonitoramento - UFBA, orientado pelo Professor Dr. Paulo Enrique Cardoso Peixoto. Sou Mestre em Ecologia e Evolução-UFG (2014). Sou Graduado em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás-UFG (2012). Fui estagiário no Laboratório de Ecologia Teórica e Síntese (2008-2012) sob supervisão do Prof. Dr Leandro Juen e Prof. Dr. Paulo De Marco Júnior. Interesse em Ecologia comportamental (Modelagem de padrões com abordagem em teoria dos jogos); Métodos Quantitativos em Ecologia; Taxonomia de adultos de Odonata (ênfase em Anisoptera). Experiência nos seguintes temas: Modelagem matemática aplicada à Ecologia, Assimetria Flutuante, Taxonomia de adultos de Odonata (ênfase em Anisoptera), Ecologia comportamental com ênfase em teoria dos jogos, Ecologia Teórica.

Leonardo da Costa Vergara, Universidade Federal de Goiás

Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Goiás (2008-2013). Bolsista de extensão (PROBEC) desenvolvido na rede básica de ensino de Goiânia concluído em 2009; Bolsista do programa de licenciaturas Prolicen concluído em 2011: discutindo o entrelace das histórias de vida dos educando com a Educação Ambiental Crítica. Bolsista PIVIC do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Psicologia Educação e Cultura (NEPPEC) na área de Gestão e Políticas Educacionais EM 2013.

Referências

Brooker, R. W., R. M.Callaway, L. A. Cavieres, Z. Kikvidze, C. J. Lortie, R. Michalet, F.I. Pugnaire, A. Valiente-Banuet & T. G. Whitham. 2009. Don’t Diss Integration: A Comment on Ricklefs’s Disintegrating Communities. American Naturalist. 174: 919-927.

Clements, F. E. 1916. Plant succession: analysis of the development of vegetation. Carnegie Institution of Washington, Washington.

Diniz-Filho, J. A. F., R. D. Loyola, P. Raia, A. O. Mooers, & L. M. Bini. 2013. Darwinian shortfalls in biodiversity conservation. Trends in Ecology & Evolution 28: 689-695.

Dybdahl, M. F.& A. Storfer. 2003. Parasite local adaptation: Red Queen versus Suicide King. Trends in Ecology & Evolution 18: 523-530.

Edwards, J. L., M. A. Lane, E. S. Nielsen. 2000. Interoperability of Biodiversity Databases: Biodiversity Information on Every Desktop. Science. 289: 2312-2314.

Gleason, H. A. 1926. The individualistic concept of the plant association. Bulletin of the Torrey Botanical Club. 53: 7-26.

Guisan, A. & C. Rahbek. 2011. SESAM – a new framework integrating macroecological and species distribution models for predicting spatio-temporal patterns of species assemblages. Journal of Biogeography. 38: 1433-1444.

Harrison, S. & H. Cornell. 2008. Toward a better understanding of the regional causes of local community richness. Ecology Letters 11: 969-979.

Hijman, R. J., S. E. Cameron, J. L. Parra, P. G. Jones & A. Jarvis. 2005. Very high resolution interpolated climate surfaces for global land areas. International Journal of Climatology 25: 1965-1978.

Hortal, J., P. De Marco, A. M. C. Santos & J. A. F. Diniz-Filho. 2012. Integrating biogeographical processes and local community assembly. Journal of Biogeography 39: 627-628.

Hubbell, S. 2001. The Unified Theory of Biodiversity and Biogeography. Princeton University Press, Princeton.

Jones K. E., J. Bielby, M. Cardillo, S. A. Fritz, J. O’Dell, C. D. L. Orme, K. Safi, W. Sechrest, E. H. Boakes, C. Carbone, C. Connolly, M. J. Cutts, J. K. Foster, R. Grenyer, M. Habib, C. A. Plaster, S. A. Price, E. A. Rigby, J. Rist, A. Teacher, O. R. P. Bininda-Emonds, J. L. Gittleman, G. M. Mace & A. Purvis. 2009. PanTHERIA: a species-level database of life history, ecology, and geography of extant and recently extinct mammals. Ecology 90: 2648.

Kattge, J., S. Díaz, S. Lavorel, I. C. Prentice, P. Leadley, G. Bönisch, E. Garnier, M. Westoby, P. B. Reich, I. J. Wright, J. H. C. Cornelissen, C. Violle, S. P. Harrison, P. M. V. Bodegom, M. Reichstein, B. J. Enquist, N. A. Soudzilovskaia, D. D. Ackerly, M. Anand, O. Atkin, M. Bahn, T. R. Baker, D. Baldocchi, R. Bekker, C. Blanco, B. Blonder, W. J. Bond, R. Bradstock, D. E. Bunker, F. Casanoves, J. Cavender-Bares, J. Q. Chambers, F. S. Chapin, J. Chave, D. Coomes, W. K. Cornwell, J. M. Craine, B. H. Dobrin, L. Duarte, W. Durka, J. Elser, G. Esser, M. Estiarte, W. F. Fagan, J. Fang, F. Fernández-Méndez, A. Fidelis, B. Finegan, O. Flores, H. Ford, D. Frank, G. T. Freschet, N. M. Fyllas, R. V. Gallagher, W. A. Green, A. G. Gutierrez, T. Hickler, S. Higgins, J. S. Hodgson, A. Jalili, S. Jahnsen, C. Joly, A. J. Kerkhoff, D. Kirkup, K. Kitajima, M. Kleyer,; S. Klotz, J. M. H. Knoops, K. Kramer, I. Kühn, H. Kurokawa, D. Laughlin, T. D. Lee, M. Leishman, F. Lens, T. Lenz, S. L. Lewis, J. Lloyd, J. Llusià, F. Louault, S. Ma, M. D. Mahecha, P. Manning, T. Massad, B. Medlyn, J. Messier, A. T. Moles, S. C. Müller, K. Nadrowski, S. Naeem, Ü. Niinemets, S. Nöllert, A. Nüske, R. Ogaya, J. Oleksyn, V. G. Onipchenko, Y. Onoda, J. Ordoñez, G. Overbeck, W. A. Ozinga, S. Patiño, S. Paula, J. G. Pausas, J. Peñuelas, O. L. Phillips, V. Pillar, L. Poorter, P. Porschlod, A. Prinzing, R. Proulx, A. Ra mig, S. Reinsch, B. Reu, L. Sack, B. Salgado-Negret, J. Sardans, S. Shiodera, B. Shipley, A. Siefert, E. Sosinski, J.F. Soussana, E. Swaine, N. Swenson, K. Thompson, P. Thornton, M. Waldram, E. Weiher, M. White, S. White, S. J. Wright, B. Yguel, S. Zaehle, A. E. Zanne & C. Wirth. 2011. TRY – a global database of plant traits. Global Change Biology 17: 2905-2935.

MacArthur, R. H. 1965. Patterns of species diversity. Biological Reviews 40: 510-533.

Maddison, D. R. & K. S. Schulz. 2007. The Tree of Life Web Project. Disponível em:< http:// tolweb.org>. Acesso em: mar. 2014.

Magnusson, W. E. 2013. The Words “Population” and “Community” Have Outlived their Usefulness in Ecological Publications. Natureza & Conservação 11: 1-6.

McGill, B. J., B. J. Enquist, E. Weiher & M. Westoby. 2006. Rebuilding community ecology from functional traits. Trends in Ecology & Evolution. 21: 178-185.

Metzger, J. P. 2001. O que é ecologia de paisagens? Biota Neotropica. 1: 1-9.

Milne, B. T. 1998. Motivation and Benefits of Complex Systems Approaches in Ecology. Ecosystems 1: 449-456.

Morell, V. 1996. TreeBASE: The Roots of Phylogeny. Science 273: 569.

Prado, P. I. & C. N. El-Hanl. 2013. Blaming The Words “Population” and “Community” Has Outlived Its Usefulness in Ecology – a Reply to Magnusson (2013). Natureza & Conservação 11: 99-102.

Ricklefs, R. E. 2008. Disintegration of the ecological community. American Naturalist. 172: 741-750.

Schneider, D. C. 2001. The rise of the concept of the scale in ecology. Bioscience. 51: 545-553.

Stenseth, N. C. & J. M. Smith. 1984. Coevolution in Ecosystems: Red Queen Evolution or Stasis? Evolution. 38: 870-880.

Turelli, M. 2006. 2005 Sewall Wright Award: Robert E. Ricklefs. American Naturalist. 167: i.

Urban, D., R. V. O’Neill & H. H. Shugart. 1987. Landscape ecology: a hierarchical perspective can help scientists understand spatial patterns. Bioscience. 37: 119-127.

Valient-Banuet, A., A. Vital, M. Verdú, & R. M. Callaway. 2006. Modern Quaternary plant lineages promote diversity through facilitation of ancient Tertiary lineages. Proceedings of the National Academy of Sciences of the USA. 103: 16812-16817.

Villalobos, F., T.F. Rangel & J.A.F. Diniz-Filho. 2013. Phylogenetic fields of species: cross-species patterns of phylogenetic structure and geographic coexistence. Proceedings of the Royal Society B, Biological Sciences 280: 2012-2570.

Whittaker, R. J., M. B.Araújo, P. Jepson, R. J. Ladle, J. E. M. Watson & K. J. Willis. 2005. Conservation Biogeography: assessment and prospect. Diversity and Distributions 11: 3-23.

Downloads

Publicado

02-03-2015

Como Citar

NETO, J. H.; PINTO, N. S.; VERGARA, L. da C. Discussões sobre a escala em ecologia de comunidades. Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology, Goiânia, v. 11, n. 1, p. 22–27, 2015. DOI: 10.5216/rbn.v11i1.26518. Disponível em: https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/26518. Acesso em: 23 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos